Gilles Deleuze
por Enrique Landgrave
... linhas de fuga - devir - imanência - repetição - singularidade - corpo sem órgãos - sentido - plano - multiplicidades - diferença - sensações - arte - máquinas desejantes - intensidades - máquinas de guerra fluxos - rizoma - abecedário - hecceidades - escrileituras - educação - vida - literatura - performance ...

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The Wayseer Manifesto - Visionários do Caminho



Fonte: YouTube

Íntegra: Deleuze e música – Sílvio Ferraz » cpfl cultura

Íntegra: Deleuze e música – Silvio Ferraz » cpfl cultura

ausência

grotescas simbologias
redemoinho de palavras
de cores
de traços
de trapos
ambivalência
desterritorialização de sentimentos
confusão
caos niilista
envolvimento sinuoso
fuga do centro
poesia eclética
perfumes
interpretações
criações
subjetividades
transcendências fugazes
voláteis
a vida escorre
na minha ausência


Tânia Marques 28/09/2011

Imagem:
Head VI
1949 (290 Kb); Oil on canvas, 93.2 x 76.5 cm (36 5/8 x 30 1/8 in); Arts Council of Great Britain, London

tempo: imensurável


do jeito que eu olho, a vida vem sem início e sem fim, atravessada pela luz do sol, pela cor das flores e pela escuridão da noite; por um tempo onde o seu limite é a nossa consciência e não um calendário forjado para demarcar datas. desmarquemos o tempo do relógio, desmarquemos todos os instrumentos que indicam medição, inclusive as provas escolares, inclusive a nossa rotina biológica, inclusive o nosso pontual sorriso sem graça. desmarquemos os territórios demarcados, pois tudo é de todos, a vida, o sol, a lua, o amor e o sul. o "norte" que me guia é o sul, viremos os mapas de cabeça para baixo, chega de submissão ao hemisfério de cima. construamos linhas de fuga para a alegria, para a liberdade de ser como somos, nunca esquecendo de lembrar: quem dá as projeções cartográficas do mundo, da vida e do nosso corpo somos nós.

Tânia Marques   15 de setembro de 2011.

Fonte da imagem: 

A ilha

Eu espero horas nesse lugar
Que lugar?
Ainda não sei quanto tempo
Eu posso esperar...
É dia, é noite, é sol, é mar,
Mas ainda é preciso esperar...
Esperar o quê?
O desejo, o sonho, a festa, o sucesso?
Para aonde vai nos levar essa nuvem de progresso?
Esperar, esperar...
Entra chuva, brisa, calor, frio e vento,
E eu continuo a esperar...
Sai arco-íris, neve, tempestade...
Entra e sai até a felicidade, e ainda
Preciso esperar,
Espero, espero, espero,
Passa o céu, o luar, as ondas
E os planetas,
Passa pássaros, estrelas e os cometas,
Mas ainda preciso esperar,
Esperar por quê?
Tem fogueira, conversa, riso, choro,
Sexo e amor,
Mas, e essa espera que não termina?
Ela me acolhe e fascina!
Tem dança, tem crença, tem saúde, tem doença
Tem chão, fogo, rosa e azul,
Tem cultura, e essa espera não tem
Censura!
Espera, espera, espera aí...
Espera garota, espera guri,
Será que alguém me espera?
Toca o sino, toca o hino
Dim, Dom, Dim, Dom
Estalo, barulho, cantoria
E quem escuta a melodia?
Ninguém espera...?
Abre a porta, abre a jenela,
Tem horizonte, tem aquarela,
Tem som, tem batida,
E a vida, ninguém espera?
Sacode, balança, se vira do avesso...
Será que eu não te conheço
Nas andanças, cirandas, nas brincadeiras de
Criança,
Espera, ainda há
Uma última lembrança,
Hum, quem, onde?
Em qual lugar?
E persiste esse tum tum tum
Cantando que eu preciso esperar,
Esperar o quê?
Não sei, talvez alguém
Ainda esteja para chegar!

Elisa Riffel Pacheco

Fonte da imagem: http://fredwiliam.blogspot.com/2011/07/ilha-dos-sentimentos.html
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Plano de composição


Instrumentos seguem planos sonoros
Planos de imanência
Improvisações
Ordenação lado a lado
Clave-de-sol cortando o caos
Sensações
Estilo em dó-ritornelo-maior
Intensidades
Batucadas coloridas
Arte que produz efeitos sinestésicos
Escritartística sem planejamento prévio
Sons que desbravam a alma
Planos que transdançam coloridos
Em um coração pulsante

Tânia Marques 01/09/2011

Fonte da imagem: abrancoalmeida.com

O vazio

- Onde está esse vazio que imprime teorias, gestos e sensações?
- Não sei, você conhece esse vazio, que insiste em se musicar no silêncio?
- E se conheço...? Eu apenas espero, dialogo com o vazio que procura ritmos e batucadas para fazer dançar a sua festa.
- Então, torna verdadeira essa espera, esse silêncio oculto, que ocupa o palco e brinca com a sinfonia do amanhã?
- O que faço eu, senão ecoar para esse vazio, que mexe com minha voz, meu corpo e intensidade. Eu espero ser esse ator que está sempre em busca de movimento e de liberdade.
- Responda-me, e o vazio, porque o vazio?
- Talvez seja este vazio que me desloca para a sensação, para a pintura da imagem.
- Para a arte?
- Talvez na criação, na originalidade de apenas criar uma nova ficção.
- Será que alguém sabe me falar, contar, cantar ou ao menos bocejar onde fica este vazio?
- Espera, apenas aprecie o universo e conte as estrelas.

Elisa Riffel Pacheco
Fonte da imagem: perito.med.br

A viagem

Uma noite
Nessa estrada
Mais uma jornada
Novamente
Abandono minha casa
Carros voam como o vento
Hoje, quase aconteceu
Um atropelamento
Penso na vida
Nos maus e bons momentos
Noite quente, enluarada
Estou exausta, cansada
Dirigindo mais uma vez
Nessa velha estrada
Ao som dos insetos
Reflito:
O que é errado,
O que é certo?
Perco-me em meu pensamento
Escuto buzinas
Meio sonolenta
Imaginei ter visto minha menina
Bela dançarina
Que bailava ao ritmo das cantigas
Coração doce, face serena
Minha grande amiga, minha pequena!
Desperto à luz do farol
Lembranças vão e vêm
Assim como o nascer e o pôr do sol
Continuo na estrada,
Agora, bem acordada
Pensei ter visto um vulto
Grito, levo um susto!
Que piada, não era nada!
Abro o vidro,
Sinto no rosto o vento da madrugada
Contemplo a lua, noite linda
Muito estrelada
De repente,
Estaciono o carro
Paro em uma pousada
Maloca velha, toda quebrada
Não reclamo...
Durmo tranqüila,
Sonhando com minha chegada
Pé no asfalto
Nossa, como é difícil
Dirigir de salto alto
Estou chegando...
Aonde?
Sem destino
Continuo procurando...
O combustível está acabando,
Meu tempo está se cessando
Avisto um posto de gasolina
Enquanto o tanque abastece
Descanso, faço um lanche na cantina
Lentamente, vou me espreguiçando
Desço do carro,
Ascendo um cigarro
Fico fumando
Minha viagem
Está terminando ou
Recém começando?
Continuo meu caminho
Com dores, amores, flores e espinhos
Minha vida é uma eterna charada
Sigo em frente, dou uma leve risada...
Elisa Riffel Pacheco
Fonte da imagem: wcams.com.br

Resenha: Espiritografias de co-criação dialógica

Há um espaço, um suspiro, uma dimensão para se escrever, para cantar, para libertar o imaginar. Um espaço que repete palavras, cores, linhas e sabores, e mistura ingredientes que integram uma mesma massa de diferentes escrileituras.  É desse componente, dessa química, que se descobre diversas formas, trajetos e culturas de ler a vida e o ser humano. Vivemos nesse cotidiano de experimentações, movimentos dialógicos que se transformam em histórias, poesias, e até mesmo em anagramas. Por que não reinventar-se? Quebrar modas e molduras e brincar de compor novas partituras? O que há no céu, no universo, no infinito ou embaixo da cama que poderia mover em si a criação? E essa batucada, des-sinfonia acelerada que cutuca o coração e contamina o corpo, o pensamento, nossa dança, nossa percepção. É essa arte, essa filosofia, que não tem uma definição prévia, nem teoria, pois vem da atuação, da espiritografia que compõe a nossa genética, a nossa poética. Apenas se brinca de contar e ouvir histórias, tangos e boleros. São essas músicas, versos, cenas e composições que dão margem, lugar as transcriações. Apenas escrevo, escrevo devagar, sem pensar, escrevo com improvisação, sem alegorias, sem me intimar. A escrita é esse diálogo, verso, grafia que me faz ir e voltar, que me faz sentir que cada vez que eu pisco os olhos, eu posso ser um personagem, estar em algum tempo, espaço ou lugar.  A espiritografia é essa viagem entre pirâmides, ruínas e cachoeiras, que oportuniza margens, miragens e maneiras para desenhar as pinturas da vida que ainda estão por ser inscritas, ditas ou circunscritas no silêncio. É nesse livro que se encontra o drama, a fantasia que por vezes se esconde nos labirintos, becos e alamedas de um caminho sem cor. E para dar a cor é preciso permitir-se sonhar, encorajar-se ao criativo, ao desconhecido, ao des-território adormecido. 
Elisa Riffel Pacheco

diferença e repetição - gilles deleuze - por andresa nix

África - Perpetuum Jazzile

Corpos sem Órgãos por Ana Paula Pessoa (Grupo Interzona)

O que é música - Marli B. Camargo

Música é uma forma que traz ao indivíduo uma aproximação de movimentos e sensações. Um relacionamento profundo do imaginário com a exploração e expressões.

BRINCAR DE MÚSICA
Vamos brincar de escrever
Não vamos dar dicas
Apenas escrevam
Escrevam, escrevam
Isso suou fundo
Em meus ouvidos
Como um tambor
Como a uma musíca
Sem acordes, sem ritmos
Sem melodias
Movimentos nas carteiras
Canetas rabiscam as formas
De fugir dos conceitos criados
Por meios de interesses
Iguais ou desiguais
ecos, passos produzem um murmurim
pesquisas, livros, sensações
casos e descasos
Provocam uma incerteza
do que é brincar ou
criar música
Mas a insistência diz:
-Crie, brinque e sente
Apenas o som que vem
E o som que vai
apenas crie e sente. 

O que é música? Marcelo Petter de Vargas


Música é algo que não ouvimos, mas sentimos.
É o ritmo sincopado da vibração cardíaca.

Marcelo Petter de Vargas

Fonte da imagem: clickgratis.com.br

Um conceito para a palavra MÚSICA

Um conceito para a palavra música LUFADA Um conceito para a palavra música luFadA Um conceito para a palavra música LuFADa Um conceito para a palavra música LUfada Um conceito para a palavra música luFADA Um conceito para a palavra música lufada Um conceito para a palavra música LuFaDA

Música Lufada!
Música: Epifania!

Daninoal.. (lufada de beijos)

Fonte da imagem: aulaparticulardeingles.com.br

O que é música? Maria da Luz C. Botão

A música é algo que acontece aos sentidos, transforma o viver, perpassa os diversos ritmos individuais, construindo teias, sonoridades precípuas, re-construindo por meio da dialogicidade novas realidades, toque a toque.


SENTIPENSADOR - Eduardo Galeano

"Para que a gente escreve, se não é para juntar nossos pedacinhos? Desde que entramos na escola ou na igreja, a educação nos esquarteja: nos ensina a divorciar a alma do corpo e a razão do coração. Sábios doutores de Ética e Moral serão os pescadores das costas colombianas, que inventaram a palavra SENTIPENSADOR para definir a linguagem que diz a verdade."
(Eduardo Galeano)

Fonte da imagem: colombia.indymedia.org

Bio-Oficinas de Filosofia

...onde começa, onde termina... não se sabe nem se quer saber, todavia se sabe que as bio-oficinas de filosofia possibilitaram entender que para tornarmos a vida mais leve, basta que acreditemos em nossa potência feliz-trans-criadora-rizomática. o que antes nos pesava densamente, prendendo-nos a um solo de certezas forjadas, atualmente possui tanta leveza que é capaz de escorregar, de deslizar em diversas superfícies e em variadas posições, sem ter a pretensão de alojar-se e ficar como estátua em nosso pensamento, imobilizando-nos a fim de que representemos justamente aquilo que não somos, mas que nos ensinaram a ser. cai a máscara que oculta o estranhamento, entra o simulacro solapando mil faces, di-visíveis possibilidades: artísticas, políticas, literárias, cênicas, musicais... como resultado provisório das bio-oficinas de filosofia, que causaram um intenso impacto com-no meu ser, eu digo o seguinte: podemos, sim, afetar este mundo-violento-ao-contrário, sim, que é lindo, sim, porque é potência de vida, sim, sem precisarmos derramar sangue-morticínio. o único sangue, sim, de que precisamos, sim, deve correr, sim, em nossas veias, sim, atravessado, sim, pelo devir-paixão. paixão, sim, que afecta e afeta, sim, que causa um barulho desordeiro em nossa consciência, sim, que esparrama sentires e devires necessariamente necessários, sim, em todos os espaços por onde eles passam, sim, descontruindo moradas estereotipadas pelo medo. as bio-oficinas de filosofia, sim, em dias quaisquer do mês de julho, sim, de um ano qualquer, sim, de um tal calendário lunar, sim, que pseudoformata o tempo, sim, se atravessaram em meu caminho, sim, para eu nunca mais precisar, sim, viver, sim, a vida do jeito que eu vivia. beijos, muitos beijos, sim, a ti, patrícia, e aos meus queridos e amados colegas, por produzirem em mim tamanha felicidade, feliz-idade. tânia marques

Le Voyageur - Guitarra de Richard Pinhas, voz de Gilles Deleuze, texto de Friedrich Nietzsche.

Le Voyageur"
music by Schizo
featuring
Richard Pinhas - guitar
and Gilles Deleuze - voice
Nietzsche writing recited by Deleuze:
He who has attained the freedom of reason to any extent cannot, for a long time, regard himself otherwise than as a wanderer on the face of the earth - and not even as a traveller towards a final goal, for there is no such thing. But he certainly wants to observe and keep his eyes open to whatever actually happens in the world; therefore he cannot attach his heart too firmly to anything individual; he must have in himself something wandering that takes pleasure in change and transitoriness." --from The Wanderer, in the first volume of Nietzsche's Human, All Too Human.
Full line up of musicians:
- Richard Pinhas / AKS synthesizers, 1957 Gibson Les Paul guitar
- George Grunblatt / VCS3 synthesizers
- Patrick Gauthier / piano, VCS3 synthesizers
- Coco Roussel / drums
- Pierrot Roussel / bass guitar
- Gilles Deleuze / vocals

entre-tantos


nos entretantos
dos entremeios
nos entretantemos
entre outros tantos
entresseios...


Tânia Marques 20/08/2011

poema-vermelho

pichei o céu 
de vermelho
pedacinho por pedacinho
de qualquer jeito
ele soluçou
esfacelou-se
morangou-se
de-fininho... mif

Tânia Marques  20/08/2011
imagem e texto


Conceito de Elisa Pacheco para a palavra MÚSICA


Por que falar de música?

Música é composição
É compasso, é ritmo, é inspiração,
Música não se pensa, se cria,
Vem da imaginação!
Música é melodia, é aquela sinfonia,
Que se escuta ao entardecer e ao nascer do dia...
Música pode ser uma teoria, uma matemática,
Ou somente acordes ou notas práticas!
Música é arte, talvez não tenha uma explicação,
Uma poesia de versos soltos, rimas que dão o tom!
Música é bateria, é pandeiro, é violão,
É produzida na mente e sentida pelo coração!
Música é essa energia que mexe com os dedos, pés,
Mãos e entranhas, ela tem essa façanha
De entrar pelos ouvidos, sair pela voz,
Continuar na cabeça, é assim que ela me ganha!
Música se aprende no palco, se aprende na escola,
E se aprende com a vida, se aprende até...
Sozinho em qualquer lugar, em qualquer cantinho,
Música é simplesmente se deixar musicar...
É despertar com o sol e dormir com o mar,
É acreditar que a chuva que pinga tem
O som pra te seduzir e fazer amar,
Música é cada gesto, barulho, clique ou estalo
Que faz crescer aquela vontade de
Saber se expressar como o bem-te-vi, o rouxinol ou o galo!
Música é essa batida, essa cantoria,
Que vem de fora, vem de dentro, vem de noite e...
Vem de dia, principalmente
Na madrugada, tempo em que poetas,
Músicos e compositores saúdam, revelam,
Martelam e inventam suas histórias, diálogos,
Romances e amores!
Música é esse dissabor, esse não saber
Que cutuca todo o meu corpo e deixa
A minha cabeça maluca de devaneios
E sensações,
Nossa, ufa, puxa,
A música pode ser o freio ou
O acelerador de ilusões!
Quanta batucada tem essa música,
Que invade o silêncio, as boates, as paradas...
Por que falar de música?
Talvez por ser ousada, tímida, calada,
Descrente, despudorada,
Essa música dita a psique,
A nossa personalidade,
Ela cria tribos, razões e identidades!
Música é liberdade, é a invenção
Do cotidiano,
Música pode ser feita por ele, por ela ou.
Por engano!
Em fim,
A música é o tim tim tim
Do ser humano!
Ela carrega em si uma
Estranheza
Que pode intensificar paixões,
Alegrias, desejos, tristezas...
A música tem essa natureza
De encantar, levar as pessoas
Para o seu mundo, contemplando
Sonhos, os abismos mais profundos!
A música toca, brinda, grita, bate, revira
O nosso ser, ela tem esse poder
De nos silenciar ou enlouquecer!
Ela é rock, samba, jazz, erudita...
Pobre, feia, rica, ou bonita, cantada,
Ou instrumental
Sempre vai ser música,
Que embala da dança de salão
Ao carnaval!
Música é brutalidade,
Sintonia, sensibilidade,
É aquela canção que nos remete
Saudade!
Ela agrega a nossa espiritualidade,
Música é essa criação,
Genialidade inscrita, escrita, não dita,
Que movimenta a humanidade...
Por que falar de música?
Não sei, é que dá vontade...
Posso estar louco, rindo, sóbrio,
Infantil, ou em maturidade,
A música convoca todos os defeitos,
Virtudes e qualidades,
É por isso que não se precisa
Falar de música,
É suficiente deixar ela
Comunicar você intensamente!

Fonte da imagem:

Conceito de Wagner Ferraz para a palavra MÚSICA

Música

Possibilidades apresentadas ao corpo para que este experiencie seu próprio peso em diferentes espaços, constituindo diferentes dinâmicas.

Wagner Ferraz

Conceito de Tânia Marques para a palavra MÚSICA

CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO PARA A PALAVRA MÚSICA, elaborado na oficina de (DES)EDUCAÇÃO MUSICAL, do dia 11 de agosto de 2011.
bate-bate
tum – tum – tum
vibra
sobe
despenca
brinca de ser ritmo
coração que bate
balança
que nem pimponeta
quando criança
dança circular
roda, toca, roda, toca
acelera!
para!
volta e encara
faz crescer
as gentes
de
todas
as gingas
pancadas no pandeiro
reco-reco
ti – ti – ti – tum!
tum – tum
tum – bum!
música!

Tânia Marques

Traduções do conceito de rizoma

 Iago Gonçalves Cunhal

 Fani Tesseler

Marli Barruffe

 Teresa Goettert

 Ana Iara Silva de Deus

 Caroline Felipe

Elisandro Rodrigues

  Tânia Marques

 Neuza Márcia Magnos de Oliveira

oração - a banda mais bonita da cidade


"Sou-riso De-lírios. Embriago-me e morro disso. Muito melhor do que de dor ou tédio... Ame(é)m!" (DaniNoal)
Uma produção que mostra, vê, olha, morde, nos puxa para dentro.
Não explica. Não representa. Não descreve. Nem se preocupa com isso.
Este nível de transbordo e brinquedação é fantástico!

E o que mais vir..
Beijo-vos!
Daninoal
********
silêncio que grita
que punge-vibra-pulsa
(punctum?)
na inexpressão
e flui
mundoadentro
mundoafora
SeNsAçãO

videopinturafotográfica

criação?

beijo-beijo!
Letícia Gomes
********
sinto para des-aprender
des-aprendo para sentir
sinto o sentir no vácuo
o grito violenta o silêncio
o silêncio ri o riso da inércia
a inércia é o ócio
o neg-ócio é nada
nada mais que sentir
o silêncio esfacelado
trans-borda-mental

beijos
tania marques

Procuro despir-me do que aprendi, (Alberto Caeiro - Fernando Pessoa)


Procuro despir-me do que aprendi.
Procuro esquecer-me do modo de lembrar
que me ensinaram, 
e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a natureza produziu.
Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!)
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender...


Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

A Caixa - The box - Gabriel Gomes

Olhem o nosso colega Elisandro, que show neste curta!!!

A CAIXÄ (the box)
from Gabriel Gomes on Vimeo.

Curso lindo de viver

Queridos oficineiros do Projeto Escrileituras e colegas das oficinas,

Estou escrevendo para compartilhar a minha alegria e intensa emoção em fazer parte deste grupo de estudos. Este curso está fazendo a diferença em minha vida, pois em todos os âmbitos de minha existência sinto-me literalmente afetada. Lindo é sentir que todos vocês são rizomas que me atravessam e que saem de mim a todo momento, passando entre as minhas ações, entre o meu discurso, entre o meu pensamento, entre o caos, entre o meu sono, entre os meus sonhos, entre a minha prática educacional. O discurso de todos os oficineiros teve, até agora, uma só voz, foi uno enquanto singularidade permeada de potências e devires-libertários, ao mesmo tempo, instigante a uma multiplicidade de traduções [artísticas, ideológicas, existenciais etc.]... Tradução, palavra forte com efeitos deliciosos. Nada, hoje, nada mesmo, passa por mim despercebido, sem que eu pense antes "sentir para traduzir" e fugir dos "clichês fascistas" a que as pessoas estão sujeitadas sem se darem conta. Procuro as linhas de fuga em todos os 'textos' que me rodeiam, estou adorando pintar, coisa antes nunca tentada por me considerar sem habilidade para esse tipo de expressão plástica, ampliei meu desejo de escrever, que já era pra lá de forte, enfim, sinto-me com vocês, com Deleuze, com Guattari e com a Filosofia da Diferença, desterritorializando esta vida formatada por um sistema que só soube fazer da exclusão o seu meio de sustentação e da representação a sua legitimação. Amo vocês e envio em anexo, uma foto da tela rizomática pintada por mim no final de semana passado. Beijos para todos nós. Tânia Marques
 
Cidade rizomática - Tânia Marques

Fonte da imagem: webdeleuze.com

Francis Bacon: lógica da sensação - Resenha

Francis Bacon: lógica da sensação

Em análise detalhada da obra de um dos maiores pintores contemporâneos - o irlandês Francis Bacon (1909-1992) -, Gilles Deleuze (1925-1995) aborda a questão: como escapar da representação na pintura? Aproximando sua obra à de Cézanne, Deleuze aponta um fio condutor: pintar a sensação. Entendendo sensação como "o que passa de uma ordem a outra, de um nível a outro, de um domínio a outro", como agente de deformações do corpo - diferentemente da atuação das artes figurativa e abstrata, que ocorre diretamente no cérebro, sem acesso à sensação - a arte de Bacon atua nas diferentes "ordens de sensação". Através de deformações, Bacon testemunha a "ação de forças invisíveis sobre o corpo", em espasmos como o encontrado no tríptico de 1973, incute ritmo à sensação visual, promovendo intensidades que tocam os sentidos por amplitudes, atingindo o "corpo sem órgãos" - descrito por Artaud - via vibração. "... quando a sensação atinge o corpo através do organismo, adquire um caráter excessivo e espasmódico, rompendo os limites da atividade orgânica. Em plena carne, ela age diretamente sobre a onda nervosa ou a emoção vital". Não se trata de apontar elementos visuais apenas, ou que toquem um sentido, uma parte do corpo, ou o organismo. Trata-se de uma intensidade tal que reverbera por todo o corpo, um corpo sem órgãos, e que o toca em sua totalidade e movimento, afetando-o em sua vibração, por todos os sentidos, atingindo o sistema nervoso, provocando a afecção da sensação. Aproximando Bacon de Artaud, Kafka, Beckett, Pierce, entre outros, Deleuze apresenta elementos de seu próprio pensamento entre conceitos que se constituem por perceptos e afectos. A cuidadosa tradução da equipe coordenada por Roberto Machado (UFRJ), permite ao leitor o acesso a um texto que provoca as intensidades, os movimentos, as sensações, tal qual a obra que analisa.
DADOS:
Título: Francis Bacon: Lógica da sensação
Autor: Gilles Deleuze
Equipe de Tradução: Roberto Machado (coord.)
Ano: 2007
Editora: Zahar
Páginas: 183
ISBN: 978-85-378-0025-6

Responsável: Monica Aiub

Concepção cartográfica

“Una concepción cartográfica es muy distinta de la concepción arqueológica del psicoanálisis. Este vincula profundamente lo inconsciente a la memoria.../Por el contrario, .../ de un mapa a otro, no se trata de la búsqueda de un origen, sino de una evaluación de los desplazamientos”

Texto imagético e poema de Eloenes L. Silva

Eloenes L. Silva
“Atônito ser
Quieto, miúdo e
Mudo.”

Um rosto que escapa – devir-animal, devir-imperceptível

Texto escolhido: "História Vivida de Artaud-Momo"
Leonardo Martins Costa Garavelo

As forças no texto que me atravessam: Artaud me conduz entre insanidades sem segurar minha mão.
Com ele caminho entre as paredes ruminantes do hospício e minha mão agarra palavras.
Elas me escapam.
Seu texto não se efetiva na consciência.
No encontro com meu corpo, duram expressões que me conduzem pelo sutil fio entre criação e loucura.
Com Artaud passo uma linha invisível que sozinho não aguentaria...
meu corpo não suportaria tamanha desrazão...
Artaud me faz percorrer mundos estranhos onde pouco importa minha estrangeirice.
Me torno apenas um alguém.
Um percurso impessoal se efetiva na leitura...
enlouqueço sem permanecer na loucura.
Artaud me apresenta um povo delirante, uma zona de afecção e imprevisibilidade que está além ou aquém do pensamento.
É uma dança xucra em volta do fogo, no ritmo de cânticos profanos.
Pensamento e vontade de escrita em dança, compondo uma superfície de encontro.

A criatura do texto: um rosto que passa.
Um rosto que escapa – devir-animal, devir-imperceptível

Leonardo Martins Costa Garavelo

Rosto, loucura, encontro
Desrazão, invenção, devir,
Potência, tempo, superfície,
Linhas, traços, cores, música

A linha se perde, se esvanece, dissolvida em névoa impessoal. Deste encontro uma zona intensiva, um gosto possível. Marca no tempo a invenção de uma existência. Efeito de um delírio imanente à respiração, a poesia cria o tempo deste encontro entre vidas: Leo, Artaud, Frontino ; e quantas outras?
Superfície do encontro, linhas de carne e música: o corpo na cadência do tempo. Quero tocar o tempo com minha mão louca. Ponta dos dedos delirantes riscando palavras e cores. As palavras e as cores deliram meus dedos. Olhos que não são feitos apenas para ver, mas para abrir mundos. Boca que grita memórias futuras e engole a embriaguez daquilo que se faz expressar.

Tudo o que eu não invento é falso

Cristina Bischoff
Foi por isso que eu cheguei aqui. Pra me inventar de novo. Porque eu mudei muito. Passei por várias mudanças físicas, espaciais e emocionais em pouco tempo. Cabelo, cidade, casa. Muita coisa mudou e eu me desconheço. E me paralisa a dificuldade de escrever sobre quem eu sou agora. Estou entre dois lugares procurando identidades que me façam sentir em casa, no meu próprio corpo. De novo, eu. Então eu roubo a autoria dos textos de outros pra dizer que são meus. Outros autores falam de mim mais do que eu possa expressar. Dizem, escrevem o que eu gostaria de ter escrito. Assim com Pierre Menard, cuja grande obra impossível é recriação do Quixote, palavra por palavra criada. Assinar o mesmo texto,  ainda assim,  diferente;  hoje mais rico, mais complexo a medida que o tempo o corrompe.
***
Pierre Menard
Balançou a cabeça confuso. Reinventou o que já haviam inventado. Releu a sua trajetória de leitor solitário. Cervantes roubou-lhe o texto antes que pudesse escrevê-lo.  Derrubado pela força de sua obra, tornou-se fraco e aniquilado.  - Já nasci aniquilado, pensou, -  sob o peso de uma cultura que me faz viver de cópias, como se fôssemos cópias de algo sempre maior do que nós mesmos. Olhou para o seu colega ao lado. Gostaria de dizer o que ainda não foi dito, o verdadeiro nome de deus,  o impronunciável. Mas como falar o impronunciável que está aqui?


***
O Rebelde
                                                Cristina Bischoff

A mãe apertou as bochechas do menino até conseguir que abrisse a boca o suficiente para fazer entrar a colher cheia de arroz, feijão, carne e farinha, tudo misturado. Acriança, imobilizada, parou de resistir e se pôs a mastigar e engolir antes que se deixasse engasgar pela quantidade enorme de comida.

Desde que podia recordar-se, a mãe suscitara-lhe, por meio de gestos e palavras cotidianos, que sua vida era uma guerra e que ele, com certeza, era um rebelde que só se renderia quando subjugado pela força bruta a lhe tolher os atos. Sua resistência recrudescia a cada dia. A cada prato, batiam-se em uma nova batalha. Enquanto ele cedia ao fim, por comer um pouco. A mãe, por sua vez cedia ao se afastar dele pelo resto da tarde, com medo de perder o controle instável de seus nervos.

Enquanto longe da mãe, um apetite violento rugia em seu estômago. A fome, porém, não era a conseqüência maior, mas, sim, a voracidade de seus instintos de defesa, de revolta contra sua condição vulnerável em um mundo de gigantes.

Dessa circunstancia particular, foi sendo projetada uma espécie de caráter político em sua formação. Anarquista, seu ensejo pela contracultura veio a ser, não apenas a manifestação de sua crítica social, mas, sobretudo, fruto do inconformismo que lhe corria nas veias toda vez que algum discurso dogmático se impusesse a dirigir-lhe a vida. De um regime alimentar forçado, veio, ele, a criticar as idéias de todo e qualquer regime que lhe quisessem enfiar goela abaixo. 

Ainda hoje, carrega com desgosto a necessidade que tem de se alimentar. Magro, quase raquítico e com a barba crescendo desordenada, este personagem nos deixa indecisos quanto a ser a figura utópica de um Dom Quixote ou, talvez, a de uma criança, ainda agarrada às saias da mãe, a ponto de que, mesmo esta finada há alguns anos, sinta por meio do fomento à rebeldia, uma forma eficaz de mantê-la sempre consigo.   


GOELA ABAIXO
Cristina Bischoff

Colher cheia de cacos de vidro
Bolo alimentar cheio de pontas agudas
Que escorregam lentamente pelo exôfago
A garganta vermelha
Profunda irritada
Violência e sexo
A ardência interior do artista
Espetos que explodem na boca

ARTE – ARTE. TARSILÁ


  DANIELE NOAL GALI

ESPELHO. DESVIA. KLIMPT.
ESPELHO NÃO. BAUCAR.
RETROVISOR. CONTRA-MÃO.
RETROVISOR TAMBÉM.
VÊ E OLHA (ESPIA).
ASSIM: VÊ-VÊ.
IMAGEM EXPLOSÃO.
EXPLODE. CEGA. VOCIFERA.
ESCOLHER. TALVEZ.
ILUSÃO. ÓTICA.
ILUSÃO CAÓTICA. GENTILEZA.
CAÓTICA ILUSÃO. AGRIDE.
BRANCO. PLANO. SULCO.
PANO. FUNDO. FLUXO.
FUNDO. SUMO. RIVERA.
AZUL. CASULO. PICASSO.
ESPELHOS REVERSOS. SORRI.
MÚLTIPLOS. MULTIPLICAM. BISPO.
RECORTADOS. DESCOLAM. BACON.
CALEIDOSCÓPICOS. DEFORMAM.
ROSTOS. CORPOS. OLHOS. MOLES.
ESCORREGAM. VAZAM.
PIA. ESPIA. VIA. LINHAS. DALI.
(DES) ENQUADRA. (DES) PINTA.
(DES) FOCALIZA. (DES) VELA.
(DES) CENTRA. (DES) MOLDURA.
(DES) VIA. (DES) RUA.
(DES) CONHECE. (DES) PRAZER.
(DES) DOBRA. (DES) LOUCA.
(DES) TOA. (DES) ARTE.
(DES) LOCA. (DES) INSANA.
(DES) FAZ. (DES) COSTURA.
(DES) MAZELAS. (DES) GOVERNA.
(DES) TRANSCURSOS. (DES) RABISCA.
(DES) INTERESSA. (DES) PASTICHE.
(DES) BLOCA. (DES) MEIA


(DES) PENDURA.
(DES) MOLHA.
(DES) SECA.
(DES) ENSABOA.
(DES) ILUMINA.
(DES) PRETO-BRANCO.
(DES) LADRILHOS.
(DES) MOBILIÁRIOS.
(DES) PIA.
(DES) NUDA.
(DES) GRUDA.
(DES) BOTA.
(DES) MANCHA.
(DES) ARRUMA.
(DES) HIGIENIZA.
(DES) AGRUPA.
(DES) COLA.
(DES) AZULEJA.
(DES) ENCANA.
(DES) TORTA.
(DES) PLANA.
(DES) ORGANIZA.
(DES) PRENDE.
(DES) ARTE.
(DES) ILUDE.
(DES) REGULA.
(DES) FORMATA.
(DES) EJA.
(DES) CRIA.
(DES) RAZÃO.
(DES) AMOR.
(DES) ANIMA.
(DES) FARÇA.
(DES) BALDE.
(DES) BUNDE?

(DES) MENTE. (DES) MEIO.



DEVIR-FORMIGAMENTO

Cap. 1: A Transformação para o Não-Sóbrio

Cap. 2: Sabores do Impossível

Cap. 3: Mundalização do Caminhar

Cap. 4: For(a)miga


Resenha

Sentiu-se pequeno. Menor. Menor ainda. Tudo formigava em seu corpo. Frio e calor se misturavam como em uma onda que lhe tomava por inteiro. Andava sem parar. Incessantemente à procura. Experimentava-se em sensações impertinentes, estranhas a um universo que há tanto considerava ser seu. Muitos universos descobria. Prazer do doce, irritação do ácido, salivação do salgado. Desejo. Compreendeu-se outro no imprevisível, entregue à sensação do devir-formigamento.

Letícia B. Gomes
Contos Rizomáticos. Tecnologia do Blogger.
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