Gilles Deleuze
por Enrique Landgrave
... linhas de fuga - devir - imanência - repetição - singularidade - corpo sem órgãos - sentido - plano - multiplicidades - diferença - sensações - arte - máquinas desejantes - intensidades - máquinas de guerra fluxos - rizoma - abecedário - hecceidades - escrileituras - educação - vida - literatura - performance ...

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. potência máxima transgressora .

. não adianta procurarmos um sentido à vida, porque a vida não existe sustentada em apenas um sentido. para cada hora do dia, uma imensidão de cores, tons e sobretons vão se esboçando como reflexo de nossas alternâncias, denunciando o quanto influenciados e influenciadores somos. nestes momentos interiores e exteriores a nós, a vida se apresenta como arte, é obra de arte e, por isso, deve ser cuidada, re-trans-significada sempre. ela pode despertar prazer des-est-ético e produzir novas interpretações, modificando e penetrando movimentos nos entres, nas entrelinhas dos entres, des-re-territorializando as coisas, mudando a visão do “belo” comportado por potência máxima transgressora .

Fonte da imagem: vitaminavirtual.com


no rufo do tambor

. o tambor dava o último rufo quando eu despertei para as incoerências da vida. até então, no silêncio da madrugada, eu não conseguia ouvir minhas contradições. foi preciso uma sacudidela na minha alma adormecida, anestesiada pela magia de fingir ser aquilo que os outros queriam, para chegar a ser eu mesma. era conveniente ficar surda, mas insuportável ficar dessubjetivada.

Tânia Marques

Fonte da imagem:
Autor da imagem: Guilherme Deriz 
Título:  Rabisco Moleskine

.abstração.

 
...abstração, imagem multifacetada que ora mostra seu lado anjo, ora expressa seu devir-monstro. mas, este vem sempre simulado, polissêmico e confuso. suas palavras são simulacros de vida-alegria, pois há um abismo que as separam daquilo ambíguo em potencial viver seu. a proeza existencial que o machuca encontra seu eco na resistência das palavras, na vontade de não dar sentido algum às coisas. e o poeta se amarra nelas.

Tânia Marques


Fonte da imagem: Karol-Chan on devianART

vidarte-nômade

as coisas que marcam a minha singularidade passam pela minha capacidade de re-trans-criação interna. as minhas subjetividades, após elaboradas, eu as jogo no mundo externo, desobrigadas de apresentarem sentido ou não perante os olhos alheios. isso basta para eu descobrir meu próprio caminho, para eu me enxergar longe do sistema. mas será que dessa forma estarei isenta totalmente da sua contaminação? creio que em parte não, porque ele me atravessa[va] até sem eu me dar conta, sem ter consciência disso, porém, com, relativa certeza, em menor grau. descoberto o caminho, resta-me estradeá-lo com as ferramentas construídas, para fortalecer as potências e os desejos de tornar-me quem eu sou.

Tânia Marques

letras maiúsculas: para quê?

eu detesto escrever com letras maiúsculas. até mesmo o código linguístico apresenta hierarquia de valores. já não basta o machismo presente na língua, por meio de concordâncias com a predominância sempre do masculino, as letras maiúsculas do alfabeto expressam superioridade, denotando, com isso, que existem palavras mais importantes do que outras. mais repulsa eu sinto quando vejo algumas pessoas, ao redigirem seus textos, utilizarem exageradamente letras maiúsculas em substantivos comuns, talvez como forma contundente de atribuir valores afetivos ou salientar interesses particulares em relação ao significado dessas palavras. melhor seria subverter essa verticalidade, a fim de que as pessoas fossem se acostumando com a igualdade e com a liberdade da expressão escrita, deixando de lado aquelas questões culturais que são pertinentes somente ao poder político/ideológico mantido por uma língua maior. neste espaço onde escrevo, posso agir livremente, as minhas intenções de linearidade linguística e social prevalecem sobre a formatação a que as pessoas estão sujeitadas. ainda bem!

Tânia Marques

Fonte da imagem: Google images

anagrama

gosto de palavras escorregadias, como sabão, gordura e tobogã, pois elas são sebosas, lustrosas, brilhantes. não param quietas, deslizam com facilidade para chegarem a um novo lugar na semântica. mexer com as palavras requer certa habilidade; assim também acontece com os sapos, com as tartarugas, com as cobras. a vida entre todos requer um exercício ousado de potências nestes “entres”, e as palavras podem fazer a mediação entre o “certo” e o “errado”, entre o “belo” e o “grotesco”, por exemplo, pois elas não são certas nem erradas, as palavras não são belas nem grotescas, elas são apenas as palavras e do jeito que as queremos que sejam, do jeito que desejamos que elas nos comuniquem algo conhecido ou desconhecido para nós. as palavras não são as coisas, e as coisas não são as palavras. eu, Tânia, poderia me chamar também os meus outros anagramas: Anita – Inata – Tiana – Niata – Itana... quem sou eu, então? um anagrama de mim mesma, uma espécie humana de palavra multifacetada em nomes formados aleatoriamente pelas mesmas letras, fonemas e morfemas? será que essas outras também me representam?

Tânia Marques  22 de junho de 2011
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