Gilles Deleuze
por Enrique Landgrave
... linhas de fuga - devir - imanência - repetição - singularidade - corpo sem órgãos - sentido - plano - multiplicidades - diferença - sensações - arte - máquinas desejantes - intensidades - máquinas de guerra fluxos - rizoma - abecedário - hecceidades - escrileituras - educação - vida - literatura - performance ...

Pages

Escritos de Amauri Ferreira: Paciência

escritos de amauri ferreira: Paciência: Como podemos ter paciência para deixar vir aquilo que é incerto? Pelo fato do resultado ser imprevisível, já seria motivo suficiente para n...

O mais profundo é a pele, diz Valery

Autor: Valter A. Rodrigues

Um afeto tão delicado...

Passo várias vezes por você. Encontros circunstanciais: eu a cumprimento, trocamos uma ou outra palavra. Nada mais. Isso dura. Há o fato de freqüentarmos o mesmo espaço, de nosso tempo, às vezes, coincidir. Chegamos a ficar lado a lado uma ou outra vez, cada um ocupado com as próprias ações.
Como isso se altera? É difícil precisar o momento. Um encontro fora das referências cotidianas. Um momento em que estamos menos absortos. Não importa. Um dia trocamos palavras um pouco mais prolongadamente, nos olhamos um pouco mais demoradamente. Há até um sorriso mais extenso, a um comentário que parte de um dos dois. Uma proximidade que permite uma apreensão mais fina de nossos contornos. Alguns dizeres que se encontram com outros dizeres, que remetem a uma outra referência. Talvez uma coincidência de gosto, tal música, tal filme, tal texto lido com uma mesma intensidade.
O que sei: nesse momento, não localizável precisamente, um rosto se desenha em meu espírito. Um rosto que, quando a encontro, reconheço nas suas linhas ainda tênues como ocupado por uma inespecífica familiaridade. Algum brilho que não sei de onde se manifesta. Um viço, um prazer, uma alegria atravessando esses momentos em que o rosto torna-se presente.

O dizível talvez só seja significável como uma diferença. Não posso dizer que o amor (o que chamamos de) começa aí, como somatória de gestos que fazem com que depositemos, um no outro, um certo sentido de felicidade. Uma certeza. Um charme. Pois nada me autoriza dizer que isso resulta de uma somatória, que se compõe desses vários encontros tomados na sua seqüência, como se a familiaridade e o reconhecimento fossem efeito de uma cena que, por se repetir, permite uma proximidade "natural" (embora seja assim que muitas vezes se rememora um "conhecimento": como algo que progride). O que tenho: um "eis aí".
Gestos compõem linhas e planos num fora, desenham a geografia de um corpo que, por se desenhar desses gestos, reconheço como singular. Mais: essa geografia se desenha sobre um corpo que até então não significava isso, enquanto alguma coisa capaz de me mover, e ganha sentido à medida que meus gestos, indo na sua direção, o apreendem e lhe dão e (ao mesmo tempo) lhe descobrem a forma. Isso é simultâneo. O acontecimento abre um devir.
Algo que se realiza fora, entre. Um plano de consistência. Uma vibração. Aí, os corpos: superfícies de reverberação.

Um laço tão íntimo...

Não posso ainda dizer: você é única. Nem você, nesse momento em que estamos próximos, pode me dizer, você é único. Ao contrário, somos muitos. Mas basta que nos olhemos e, iludidos na vã promessa, comecemos a nos dizer a única, o único, para que nossos corpos percam sua superfície, para que nossos olhos simulem mais além. E quando a encontro, não a olho no seu movimento de chegar, eu a busco antes, na minha espera, na possibilidade de você não vir, esse sempre possível desencanto. Quando a encontro, não a olho mais. Eu a vejo antes, faço de você a mesma, busco fazê-la coincidir com meu olhar. No que você me falta.
Começo a chamar isso de amor. E a esperar que você chame isso de amor. O que acontece.
Tudo parece bom. Tudo parece certo. Um estado feliz que se prolonga. Chamo de tremor o que um dia atravessou meu corpo, iluminando-o de não sei quê. Insisto em chamar de incerteza o que me tomava como um vento indiscernível. Pouco mais que uma brisa. Ou menos...
É quando percebo: esse vento, não o sinto mais. Mas insisto: eu o troquei por algo mais profundo, por essa possibilidade de olhá-la e conhecê-la nos mínimos gestos, de antecipar-lhe as respostas, e pelos olhares cifrados que aprendemos a trocar. Tão íntimos... E isso não me alegra.
Fazemos de nossa fala a contínua evocação do momento em que ainda éramos estranhos. Nos acostumamos a rir, gozosos, do que escolhemos chamar de primeiras vacilações. E criamos histórias, inventando um tempo possível em que eu a olhava sem saber como chegar, e de você que esperava isso... Ou o contrário, tanto faz. São histórias de embalar desejos e construir o tempo.
Às vezes trocamos fantasias. Brincamos que somos estranhos, que estamos nos conhecendo agora, e você me olha dissimulada, eu brinco de macho pronto para o ataque, você de fêmea em fuga. A brincadeira dura, se prolonga, sabemos onde ela irá terminar.
Às vezes brigamos. Invocamos a memória, construímos nossas falas sobre faltas e deveres.
Às vezes ficamos quietos. Nem um nem outro está ali. Nem um nem outro pergunta onde está. Não estar basta.
Demoro nas ruas. Você também. Nada acontece. Alguns rostos se desenham aqui e ali. Mas desaparecem. Às vezes é uma leve brisa, que me faz, sem pensar, puxar um pouco o casaco, evitando olhar à volta. Apresso-me, compro flores, estou sempre em cansado retorno.

Um amor tão profundo...

Estamos sentados a uma mesa, você absorta em suas questões, eu nas minhas. Quase não nos olhamos, quase não falamos. Peço desculpas se algum ruído que eu faça a perturba. Desculpas que vêm quase por dever.
Um dia, talvez aconteça que, nesse estar distantes na proximidade, nos incomodemos além dos estares cotidianos. Pode ser que um de nós se dirija à janela, encontre a cidade reduzida a puros pontos luminosos e, sem dizer nada, recue até a porta, abrindo-a devagar e silenciosamente. E parta, mesmo que por um quase imperceptível afeto. Será um começo.

Valter A. Rodrigues

O homem-árvore, de Antonin Artaud

(Carta a Pierre Loeb)


Antonin Artaud

O tempo em que o homem era uma árvore sem órgãos nem função,
mas de vontade
e árvore de vontade que anda,
voltará.
Existiu, e voltará.
Porque a grande mentira foi fazer do homem um organismo,
ingestão, assimilação,
incubação, excreção,
o que existia criou toda uma ordem de funções latentes e que escapam
ao domínio da vontade decisora,
a vontade que em cada instante decide de si;
porque assim era a árvore humana que anda,
uma vontade que decide a cada instante de si,
sem funções ocultas, subjacentes, que o inconsciente rege.
Do que somos e queremos na verdade pouco resta,
um pó ínfimo sobrenada, e o resto, Pierre Loeb, o que é?
Um organismo de engolir, pesado na sua carne,
e que defeca e em cujo campo,
como um irisado distante,
um arco-íris de reconciliação com deus,
sobrenadam,
nadam os átomos perdidos,
as idéias, acidentes e acasos no total de um corpo inteiro.
Quem foi Baudelaire?
Quem foram Edgar Poe, Nietzsche, Gérard de Nerval?
Corpos que comeram, digeriram, dormiram,
ressonaram uma vez por noite,
cagaram entre 25 e 30 000 vezes,
e em face de 30 ou 40 000 refeições,
40 mil sonos, 40 mil roncos,
40 mil bocas acres e azedas ao despertar,
tem cada qual de apresentar 50 poemas,
o que realmente não é demais,
e o equilíbrio entre a produção mágica e a produção automática
está muito longe de ser mantido,
está todo ele desfeito,
mas a realidade humana, Pierre Loeb, não é isto. [...]

...palavra

palavra escrita, palavra estranha, palavra pronunciada, palavra lúdica, palavra alada, palavra inventada, palavra cantada, palavra sentida...
Tânia Marques
24/04/2012

Escrileituras - Programa Observatório da Educação: Ciclo de conferências DIF


Le structuralisme de Roland Barthes - Jalons pour l'histoire du temps présent


 Clique no link acima para assisitir a entrevista com Roland Barthes

Né en 1915, Roland Barthes s'est imposé à partir des années 50 comme l'une des figures centrales du structuralisme, mouvement intellectuel qui affirme que tout phénomène se "structure" de manière signifiante. Ainsi Barthes montre-t-il dans Le Degré zéro de l'écriture (1953), dans la continuité de la linguistique élaborée par Ferdinand de Saussure pour qui la langue est un système cohérent à étudier de façon autonome, comment "l'écriture (est) condamnée à se signifier elle-même", considérant ainsi que l'étude des structures du langage littéraire (le style en particulier) permet de déterminer les significations du texte.
Dans Mythologies (1957), Barthes entreprend de lire quelques "mythes de la vie quotidienne moderne". Il y décrypte le "tissu de nos évidences" c'est-à-dire les "signes" qui incarnent le "Français moyen" des années 50. En analysant par exemple l'image de l'Abbé Pierre, le bifteck et les frites ou les combats de catch, Barthes déchiffre les significations cachées de ces "matériaux" comme autant de symboles ; banals en apparence, ceux-ci sont selon lui des productions historiques véhiculant des idées socialement conservatrices. Il formalise son approche au cours des années 60 en promouvant la sémiologie, "science qui étudierait la vie des signes au sein de la vie sociale". Si son ouverture d'esprit lui a fait aborder des objets aussi variés que le cinéma, la photographie, la mode ou la musique, il a accordé un intérêt constant à la littérature, renouvelant les approches de la critique littéraire.
Dans Sur Racine (1963), il ose une lecture psychanalytique qui suscite de vives réactions chez les professeurs de La Sorbonne, manifestant une révolte anti-académique commune à l'ensemble des "structuralistes" (Michel Foucault notamment) et parallèle aux nouvelles vagues contestataires de la vie artistique des années 60. Barthes effectue un tournant dans sa pensée à partir des années 70 où ses recherches l'amènent à remettre sur le devant la part subjective dans l'écriture (Roland Barthes par lui-même ).
Il récuse progressivement la tentation scientifique pour exalter le jouissance que le texte fait éprouver au lecteur, la "saveur" humaine devenant plus précieuse que le "savoir" même (Fragments d'un discours amoureux ). Il meurt prématurément en 1980 alors qu'il était depuis 4 ans professeur au Collège de France, marque de la consécration institutionnelle que connaît le structuralisme au cours des années 70.

Fonte:

O Anti-Édipo - Gilles Deleuze et Félix Guattari

 Il n'y a que du désir et du social, et rien d'autre.

Gilles Deleuze – Félix Guattari
L'Anti-Œdipe
Les éditions de Minuit (coll. « Critique »), Paris, 1972, 494 p.

 ****************************************************
En 1972, Gilles Deleuze et Félix Guattari publient L'Anti-Œdipe, attaque en règle contre la psychanalyse freudienne. Gilles Deleuze (1925-1995) enseigne alors la philosphie à l'université de Vincennes, où il a été appelé par Michel Foucault. Après avoir publié plusieurs ouvrages sur l'histoire de la philosophie, il s'impose par la suite comme un créateur de concepts en marge des courants de pensée de l'époque.
Félix Guattari (1930-1992), psychiatre, après avoir été un élève de Jacques Lacan, critique les concepts de la psychanalyse traditionnelle. Dans L'Anti-Œdipe, Deleuze et Guattari développent l'idée selon laquelle l'homme est une "machine désirante". Le désir ne peut être vu comme un manque mais comme une "puissance d'agir". Il est, selon eux, vain de vouloir comprendre par des théories psychanalytiques (notamment celle du complexe d'Oedipe) les fluxs mécaniques qui le parcourent. L'ouvrage fait débat tant sur le fond que sur la forme adoptée: style polémique, emploi de termes familiers… Ils poursuivent par la suite leur collaboration, en publiant en 1980 le tome 2 intitulé Mille plateaux.
Deleuze et Guattari s'engagent politiquement en luttant en faveur des minorités. Ils fondent en 1987 la revue Chimères et publient en 1991 Qu'est-ce-que la philosophie ?. Si Guattari défend ici son point de vue, Deleuze refuse d'apparaître à la télévision afin d'argumenter sur sa propre pensée et se donne la mort le 3 novembre 1995 pour échapper à la déchéance physique.

Fonte:

L'Anti-Oedipe' de Gilles Deleuze et Félix Guattari - Jalons pour l'histoire du temps présent

L'Anti-Oedipe' de Gilles Deleuze et Félix Guattari - Jalons pour l'histoire du temps présent

Antonin Artaud

 Francis Bacon, Study after Velazquez's Portrait of Pope Innocent X, 1953

Queria uma obra nova, que apreendesse certos
pontos orgânicos da vida.
Uma obra
na qual se sentisse todo o sistema nervoso.
Acesa como um braseiro,
com vibrações,
consonâncias,
que convidasse
o homem
a sair
com
seu corpo
para seguir no céu
essa nova, insólita e radiante epifania...

_____________
Antonin Artaud

"Achados" deleuzeanos via MySpace Vídeos (França)


deleuze 1



Rizomando...: O QUE É PENSAR? * - Deleuze



Texto publicado em:

Paul Klee - O diário de um artista

Contos Rizomáticos. Tecnologia do Blogger.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...