Gilles Deleuze
por Enrique Landgrave
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Um rosto que escapa – devir-animal, devir-imperceptível

Texto escolhido: "História Vivida de Artaud-Momo"
Leonardo Martins Costa Garavelo

As forças no texto que me atravessam: Artaud me conduz entre insanidades sem segurar minha mão.
Com ele caminho entre as paredes ruminantes do hospício e minha mão agarra palavras.
Elas me escapam.
Seu texto não se efetiva na consciência.
No encontro com meu corpo, duram expressões que me conduzem pelo sutil fio entre criação e loucura.
Com Artaud passo uma linha invisível que sozinho não aguentaria...
meu corpo não suportaria tamanha desrazão...
Artaud me faz percorrer mundos estranhos onde pouco importa minha estrangeirice.
Me torno apenas um alguém.
Um percurso impessoal se efetiva na leitura...
enlouqueço sem permanecer na loucura.
Artaud me apresenta um povo delirante, uma zona de afecção e imprevisibilidade que está além ou aquém do pensamento.
É uma dança xucra em volta do fogo, no ritmo de cânticos profanos.
Pensamento e vontade de escrita em dança, compondo uma superfície de encontro.

A criatura do texto: um rosto que passa.
Um rosto que escapa – devir-animal, devir-imperceptível

Leonardo Martins Costa Garavelo

Rosto, loucura, encontro
Desrazão, invenção, devir,
Potência, tempo, superfície,
Linhas, traços, cores, música

A linha se perde, se esvanece, dissolvida em névoa impessoal. Deste encontro uma zona intensiva, um gosto possível. Marca no tempo a invenção de uma existência. Efeito de um delírio imanente à respiração, a poesia cria o tempo deste encontro entre vidas: Leo, Artaud, Frontino ; e quantas outras?
Superfície do encontro, linhas de carne e música: o corpo na cadência do tempo. Quero tocar o tempo com minha mão louca. Ponta dos dedos delirantes riscando palavras e cores. As palavras e as cores deliram meus dedos. Olhos que não são feitos apenas para ver, mas para abrir mundos. Boca que grita memórias futuras e engole a embriaguez daquilo que se faz expressar.

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