Nessa estrada
Mais uma jornada
Novamente
Abandono minha casa
Carros voam como o vento
Hoje, quase aconteceu
Um atropelamento
Penso na vida
Nos maus e bons momentos
Noite quente, enluarada
Estou exausta, cansada
Dirigindo mais uma vez
Nessa velha estrada
Ao som dos insetos
Reflito:
O que é errado,
O que é certo?
Perco-me em meu pensamento
Escuto buzinas
Meio sonolenta
Imaginei ter visto minha menina
Bela dançarina
Que bailava ao ritmo das cantigas
Coração doce, face serena
Minha grande amiga, minha pequena!
Desperto à luz do farol
Lembranças vão e vêm
Assim como o nascer e o pôr do sol
Continuo na estrada,
Agora, bem acordada
Pensei ter visto um vulto
Grito, levo um susto!
Que piada, não era nada!
Abro o vidro,
Sinto no rosto o vento da madrugada
Contemplo a lua, noite linda
Muito estrelada
De repente,
Estaciono o carro
Paro em uma pousada
Maloca velha, toda quebrada
Não reclamo...
Durmo tranqüila,
Sonhando com minha chegada
Pé no asfalto
Nossa, como é difícil
Dirigir de salto alto
Estou chegando...
Aonde?
Sem destino
Continuo procurando...
O combustível está acabando,
Meu tempo está se cessando
Avisto um posto de gasolina
Enquanto o tanque abastece
Descanso, faço um lanche na cantina
Lentamente, vou me espreguiçando
Desço do carro,
Ascendo um cigarro
Fico fumando
Minha viagem
Está terminando ou
Recém começando?
Continuo meu caminho
Com dores, amores, flores e espinhos
Minha vida é uma eterna charada
Sigo em frente, dou uma leve risada...
Elisa Riffel Pacheco
Fonte da imagem: wcams.com.br
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